História

RaizTorre BelaHistória
No reinado de D. Pedro II (1648 a 1706) a Torre Bela pertenceu ao Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Luís de Sousa, confessor do rei. Posteriormente integrou o domínio do Duque de Lafões com a instituição deste título por decreto régio de 17 de Fevereiro de 1718 a favor de D. Pedro Henrique de Bragança, neto de D. Pedro II e filho do infante D. Miguel de Bragança, tendo-se mantido nesta família durante mais de 250 anos.

Nesse período a propriedade era essencialmente constituída por montados com sub-coberto de matos para alimentação de gado bravo, existindo ainda múltiplas manchas com povoamentos de pinhal manso.

A actividade agrícola baseava-se na exploração de olival e vinha, bem como no cultivo de trigo, essencial à caça. Dentro das instalações da quinta existia um lagar de azeite e uma caldeira de aguardente, bem como cavalariças e um touril.
É particularmente marcante o muro que circunscreve a Tapada, com cerca de 18 kms de comprimento, construído com pedra desviada da obra do Convento de Mafra (1717 a 1735).
No verão quente de 1975, na sequência da “Revolução dos Cravos” de 25 de Abril 1974, a propriedade foi alvo de uma ocupação por parte de populares, que revoltados com o desemprego causado pelo inicio da mecanização agro-florestal, pretendiam a redistribuição da riqueza designadamente da terra, das culturas e dos animais. Por Portaria 305 de 17 de Maio de 1976, a Torre Bela é expropriada por proposta do IRA (Instituto de Reorganização Agrária), tendo legalizado a ocupação antes efectuada. Esta portaria vem a ser derrogada apenas em 22 de Agosto de 1989.

É ainda em 1976 que é criada a Cooperativa Agrícola da Torre Bela que se extingue um ano depois por falta de gestão e por desmotivação dos cooperantes, que viram esgotadas os recursos agrícolas e de caça na propriedade. Com o fim da Cooperativa Agrícola da Torre Bela, a propriedade passa para a gestão directa do Estado (Direcção Geral das Florestas) que nela manda plantar um pinhal de pinheiro bravo. Mas o estado de abandono da propriedade acaba por dar origem a alguns grandes incêndios, designadamente na Retorta e na Quinta da Torre Bela
Em 1985 a Quinta da Torre Bela foi devolvida aos antigos proprietários, que a vendem à SOPORCEL para plantio de eucaliptos designadamente nas áreas ardidas, arrendando também, para o mesmo fim, a Tapada em Julho de 1986 e a Retorta em Agosto de 1988. A SOPORCEL em associação com a PORTUCEL instala em 1995 um Centro de Investigação Florestal na Quinta da Torre Bela, e planta uma área de cerca de 40 hectares de vinha.

Em 1997 a Sociedade Agrícola da Quinta do Convento da Visitação adquire a Tapada e a Retorta e em 2003 a restante área da Torre Bela.

Complementa ainda área com a Achada (2001), Vale da Achada (2002-2008), Quinta de Alcoentre (áreas rústicas do Estabelecimento Prisional de Alcoentre (2007/8) e outras propriedades menores.

Após a aquisição da propriedade, reintroduz a caça na Tapada com o repovoamento das espécies cinegéticas como o veado, o gamo, o corço e o javali, e inicia a exploração em regime extensivo de vacas aleitantes na Quinta, para o que melhora significativamente as pastagens permanentes e montados. Beneficia ainda diversas áreas para culturas de regadio, construindo e melhorando algumas charcas e abandonando a vinha.

Em 2007 inicia o processo de certificação florestal pela norma FSC (Forest Stewardship Council) que conclui em 2008.